Pensando em morar sozinho?

Categoria: Meu apê Data: 26/10/2022

Mudança de hábitos significa a necessidade de fazer boas escolhas. Inclusive sobre onde morar, além claro, de saber quais as vantagens e desvantagens de uma decisão como essa

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 16% dos lares brasileiros pertencem a pessoas que moram sozinhas. Surpreendentemente, a maioria dessas pessoas é do gênero masculino. Ou seja, aquela história de que homens não sabem cuidar de uma casa ficou para trás, há bastante tempo.

Os motivos para que as pessoas optem por uma residência só delas são os mais diversos. Desde a necessidade de mudança devido ao trabalho ou estudos até o adiamento do casamento ou casos de separação. E, ao contrário do que parece, não é uma decisão fácil. Mesmo que residir com os pais, cônjuges, familiares ou amigos seja um desafio, morar sozinho também tem suas dificuldades. Mas, claro, igualmente reúnem vantagens.

Para o jovem que está deixando a casa dos pais, ou para o recém-separado que está reconstruindo a vida, nada melhor que um lugar pequeno, tipo studio. Um apartamento com cerca de 30 metros quadrados é ideal porque reduz custos de manutenção e dispensa investimentos maiores, como, por exemplo, uma mobília requintada e cara.

Veja características desse tipo de imóvel:

 

Poucas pessoas: um apartamento studio acomoda apenas uma pessoa ou, no máximo, um casal. A limitação de espaço impõe essa condição, principalmente devido à dificuldade de contar com mais de uma cama no local. Mas já que a ideia é morar sozinho, mesmo, isso não é um problema.

 

Mais praticidade: justamente por ser um espaço pequeno, o esforço para limpeza e manutenção do studio são bem menores, o que facilita a rotina de quem fica pouco tempo em casa. A praticidade também diz respeito à ergonomia dos ambientes, para fácil locomoção e otimização de espaços.

 

Maior economia: normalmente, o lado bom deste tipo de moradia é que está bem localizado. Por isso, além da economia em comprar ou alugar um local menor, também pode-se gastar menos com transporte e deslocamento para as atividades diárias.

 

Menos itens: apesar de o espaço ser reduzido, e ao contrário do que muitos imaginam, um studio não precisa contar com poucos itens. O mobiliário é apenas menor, ou cumpre mais de uma função. Como um fogão do tipo cooktop de uma ou duas bocas, um frigobar ou uma geladeira menor, uma cama com baú, entre outros.

 

Vantagens da experiência

Crescimento pessoal: morar sozinho pode ser a virada de chave da sua vida porque, de repente, você perceberá que muitas das tarefas compartilhadas, antes, agora são de sua inteira responsabilidade. Ou seja: é com você!

 

Privacidade: morar sozinho dá liberdade de fazer o que quiser, sem que ninguém fique de olho o tempo todo. Isso significa que a pessoa não precisa mais trancar a porta do quarto para dar um telefonema. Além disso, pode deixar o notebook ou o celular ligado sobre a mesa com as conversas abertas. Isso tem nome: privacidade, e é muito bom tê-la!

 

Liberdade: sair e chegar a hora que quiser, cozinhar o jantar ou não, ouvir música ou ficar em silêncio. A escolha é sua, desde a roupa com a qual anda pela casa até a hora que abre as janelas. Morar sozinho garante a liberdade de fazer o que quiser, e no seu tempo.

 

Como transformar o sonho em realidade (principais dicas):

 

Financiamento, como conseguir - Para se habilitar a um financiamento imobiliário é preciso ter 18 anos ou mais, comprovar renda suficiente para pagar as parcelas e estar com o cadastro de pessoa física (CPF) regularizado. O CPF pode estar negativado sem que o consumidor saiba. Por isso, é importante consultar se o nome não foi incluído em órgãos de proteção ao crédito como Serasa ou SPC, entre outros. Uma dica é fazer o Cadastro Positivo, oferecido por um desses órgãos, que reúne todas as informações sobre o cumprimento ou não do pagamento de créditos contratados, como empréstimos, financiamentos e crediários, por exemplo. O pagamento de contas de consumo, como água, luz e internet, também entra nessa lista e ajuda a mostrar que o consumidor é um bom pagador, aumentando as chances de aprovação do financiamento imobiliário.

 

Quais os tipos de financiamentos - O Brasil possui dois principais modelos de financiamento imobiliário, o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

SFH

É o mais antigo - criado em 1964 - juntamente com a instituição da correção monetária, que tornou possível o financiamento de longo prazo, importante para o mercado habitacional. Os recursos do SFH vêm da caderneta de poupança e do FGTS e ele possui características e limites bem definidos:

– o valor do imóvel é de até R$ 1,5 milhão

– o crédito concedido cobre no máximo 80% do valor do imóvel

– as prestações não devem ultrapassar 30% da renda do consumidor

– a taxa máxima de juros é de 12%

– o imóvel deve constar no cartório de registro, ser residencial e urbano, novo ou usado, mas deve situar-se na mesma região em que o consumidor mora ou trabalha há pelo menos um ano

– o imóvel escolhido não pode ter sido comprado com a utilização do FGTS nos três anos anteriores

– o consumidor tem a opção de utilizar seu saldo do FGTS para pagar parte do imóvel, desde que seja residencial e o primeiro a ser adquirido

– o prazo para quitação é de até 35 anos.

 

SFI

Em 1997, o governo criou o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) para suprir as carências do SFH. Ou seja, o SFI flexibilizou as regras.

– essa modalidade utiliza recursos direcionados por grandes instituições e investidores

– o imóvel deve custar acima do teto permitido pelo SFH, isto é, mais de R$ 1,5 milhão e o financiamento pode chegar a 90% do valor total

– a taxa de juros é variável

– o comprador pode ser tanto pessoa física quanto jurídica

– o valor mensal não é limitado por um percentual da renda

– ao contrário do SFH, o SFI permite financiar imóvel não residencial e, mesmo quem já tem um em seu nome, pode pleitear crédito para comprar outro

– desde 2021 tornou-se possível utilizar o FGTS para reduzir o saldo devedor do imóvel (também do primeiro a ser adquirido) ou para abater até 80% da prestação em 12 meses

– o tempo para pagar o crédito também é de até 35 anos.

 

Documentos necessários - Os documentos solicitados pelas instituições financeiras podem variar, mas, em geral, elas pedem, além do CPF, o RG, a carteira de trabalho, comprovantes de renda, do estado civil e de residência, bem como a declaração do imposto de renda. É preciso atenção com a situação e a documentação do imóvel e do vendedor. Qualquer pendência que afete a venda pode ser motivo para reprovação da solicitação de crédito. Ou seja, o banco entende que o imóvel, que é visto pela instituição como uma garantia oferecida, não é suficiente para cobrir o financiamento requerido. Ao escolher a instituição e fazer o primeiro cadastro pela internet, como é possível em vários bancos, o próximo passo é organizar um checklist, com a papelada solicitada, para que não falte nada capaz de comprometer a análise. Como o financiamento imobiliário é bem mais burocrático que outras modalidades, é possível que o cliente tenha que comparecer ao banco para levar os documentos pessoalmente.

 

Prazo para liberação - O tempo médio para liberação de um financiamento imobiliário é de cerca de 40 dias. Por isso, juntamente com a busca pelo imóvel, ou até mesmo antes, vale pesquisar as instituições financeiras. Isso garante tempo para encontrar aquelas que têm as melhores taxas e condições. Se a instituição escolhida for a mesma onde já se tem conta, o cliente pode encontrar facilidades na hora de negociar. Como o banco já conhece o perfil do cliente, fica mais ágil a análise para a concessão do montante. Há ainda instituições que oferecem condições mais vantajosas para clientes de longo prazo. Aqueles que trabalham como autônomos ganham pontos ao regularizar a situação. Ao se tornarem microempreendedores individuais (MEI), eles saem da informalidade, apresentando-se como mais organizados aos olhos dos bancos.

Morar sozinho significa ter a liberdade para fazer o que quiser, na hora que desejar.